terça-feira, 5 de outubro de 2010

Dismorfofobia

A dismorfofobia, também denominada transtorno dismórfico corporal ou síndrome da distorção da imagem, é um transtorno psicológico caracterizado pela preocupação obsessiva com algum defeito inexistente ou mínimo na aparência física. Esta fobia de ter um aspecto anormal é observada com mais frequência nos adolescentes, de ambos os sexos, estando relacionada com as transformações ocorridas na puberdade. Pode ocorrer também em adultos (neste caso com mais frequencia em mulheres, embora homens também sejam acometidos).
A fobia de deformação física é um quadro clínico bastante frequente. Quem sofre a convicção obsessiva de ter uma parte ou todo corpo deformado se angustia com sua suposta "feiúra" e tendem a deixar que minúsculas imperfeições assumam uma importância desmesurada. Afeta pessoas atraentes e não atraentes. As queixas podem concretizar-se em qualquer parte do corpo; as pesquisas demonstram que em 45% dos casos, a queixa centra-se no nariz, embora as alterações, imaginarias ou mínimas, podem também se referir à cara (espinhas, boca, mandíbula), barriga, cabelo, busto, pés, mãos, genitais, pernas, ao peso, estatura, etc.
Na sociedade atual, a forma mais frequente de dismorfofobia é em relação ao peso corporal. Pessoas com peso adequado para sua altura e faixa etária consideram-se acima do peso, submetendo-se a regimes de fome, uso de medicamentos, vômitos forçados e exercícios físicos em excesso.
Outras formas de dismorfofobia consistem em: valorização excessiva de cicatrizes e marcas mínimas e praticamente imperceptíveis (a pessoa se sente deformada, sente que a lesão é vista por todos e que ela atrapalha sua vida, como consequencia evitando sair de casa, ou abusando de maquiagens corretivas) , procura doentia por tratamentos estéticos (cirurgias plásticas, tratamentos de rejuvenescimento), ideação irreal de envelhecimento (uma mulher de 40 anos, por exemplo, que se considera tão enrugada e envelhecida como uma de 90).
A característica principal da dismorfofobia é que a opinião do paciente a respeito de sua própria aparência não é compartilhada pela opinião geral do meio em que vive. No entanto, o paciente não enxerga que ele é absolutamente normal, e insiste em sua ideação de inadequação física, resistente a argumentações.
O tratamento é bastante difícil, pois grande parte dos pacientes não se aceita portador deste diagnóstico. A maioria justifica-se como sendo "vaidosa" e classifica-se positivamente quanto a cuidar da aparência. No entanto, para o paciente, a dismorfofobia é fonte de grande sofrimento e angústia com sua aparência própria.
O tratamento consiste em psicoterapia, longa e trabalhosa, e muitas vezes é necessário o uso de medicamentos para apoio dos sentimentos depressivos que acompanham o quadro.

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