terça-feira, 10 de fevereiro de 2009

Quelóide - distúrbio da cicatrização que não se restringe à estética

O quelóide, que é conhecido desde a antiguidade, decorre de um processo de cicatrização inadequado e exagerado. A sua formação normalmente ocorre após feridas cirúrgicas, procedimentos não médicos como "piercing" e tatuagem, mas pode decorrer de feridas do cotidiano (após picada de inseto, arranhões) e há relatos de surgimento espontâneo. Tronco, ombros e pavilhões auriculares são as regiões onde mais se desenvolvem os quelóides.

Os quelóides podem causar dor, ardor, coceira, além de poderem evoluir com ulcerações e feridas. Desta forma, não podemos entender que o quelóide é uma sequela cicatricial somente com implicação estética, ou seja, além do já sabido efeito deletério sobre o bem estar mental e social do indivíduo, o bem estar físico pode ou poderá também ser comprometido.

Quem pode desenvolver quelóide? A rigor, qualquer pessoa pode desenvolver, mas devemos ter em mente que a raça negra possui maiores possibilidades. História pessoal e familial de quelóide são outros fatores de risco importantes. Não devemos confundir o quelóide com a cicatriz hipertrófica (confusão comum, inclusive entre os profissionais de saúde), pois são entidades clínicas distintas com diferentes prognósticos.

Ainda não existe o tratamento ideal para o quelóide, fato que em parte reflete o conhecimento, somente parcial, sobre a sua formação. Desta forma a prevenção ainda é a melhor conduta a ser tomada. Pessoas com história familial, pessoal; ou pessoas de pele negra devem evitar cicatrizes cirúrgicas ou estéticas desnecessárias, assim como evitar realização de tatuagem e piercing.

Uma vez o quelóide já presente, o dermatologista é o especialista recomendado para determinar a melhor conduta. Esta irá variar com tipo, localização e tamanho do quelóide, levando em consideração as expectativas do paciente. O foco inicial do tratamento é a eliminação dos sintomas relacionados, seguido da tentativa da redução do quelóide. Eliminação ou retirada do quelóide é possível, mas o acompanhamento com especialista deve ser mantido, por pelo menos 5 anos, para minimizar a chance de recorrência do quadro. Vale ressaltar porém, que a adesão ao tratamento se torna fator decisivo para a resposta final do tratamento.

Evitem o quelóide sempre que possível. Caso ele já esteja presente procurem um dermatologista de confiança e não desanimem (nem o paciente nem o médico)!!!